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Preparação do sêmen para inseminação>
Técnica utilizada no IPGO

Inseminação Intrauterina (IIU) PASSO A PASSO - Preparo do sêmen para a inseminação intrauterina

Para a realização da inseminação intrauterina, é necessário o preparo da amostra seminal em laboratório. O método ideal para a coleta seminal é a masturbação, numa sala apropriada, anexa ao laboratório. O frasco coletor deve ser fornecido pelo laboratório e deve apresentar boca larga e ser de material previamente testado quanto à toxicidade para a motilidade espermática. Todo o material ejaculado é depositado no frasco coletor. A coleta domiciliar segue as mesmas orientações, sendo necessário retirar um kit no laboratório. O material deverá ser avaliado em até uma hora após a coleta.

PREPARAÇÃO DO SÊMEN:

Técnicas de processamento seminal

O processamento seminal consiste em selecionar os melhores espermatozoides móveis e separá-los do plasma seminal para a utilização em técnicas de reprodução assistida.

As técnicas mais utilizadas para o processamento seminal são:

  • Gradiente descontínuo de densidade:

    Está técnica se baseia na aplicação de uma força centrífuga sobre os espermatozoides e outros elementos particulados do sêmen, obrigando-os a vencer gradientes de densidades diferentes. Os espermatozoides de maior qualidade ultrapassam essas camadas e formam o precipitado. O plasma seminal, debris, células germinativas, leucócitos e espermatozoides anormais que ficaram retidos no sobrenadante, são desprezados, resultando em uma amostra limpa e com os melhores espermatozoides.

    Esse método é o mais rápido e mais utilizado para processamento seminal para inseminação intrauterina, porque é a técnica que geralmente recupera maior proporção de espermatozoides móveis do que a técnica de migração ascendente (swim up), a qual será citada logo a seguir.

    Entretanto, a qualidade final da motilidade é inferior a aquela obtida pela técnica ‘swim up’. Para a aplicação dos gradientes, a substância mais utilizada atualmente é a sílica estabilizada com silano hidrofílico, em substituição ao Percoll, que foi retirado do mercado americano em 1996. Esses gradientes são encontrados prontos para uso sob diferentes nomes comerciais (Isolate, PureSperm, Enhance Splus), cuja qualidade e eficácia são comparáveis. A centrifugação através de gradientes é a técnica mais indicada para processar amostras de sêmen com leucocitospermia, pois minimiza a chance de contaminação bacteriana no produto final.

  • Técnica:
  • Depositar 1 ml do meio lower -90% (kit Isolate) e 1 ml do meio upper-50% (kit Isolate) em um tubo de ensaio de 15 ml (Falcon) ;
  • Depositar até 2 ml de sêmen com uma pipeta de vidro estéril de 5 ml (Falcon®);
  • Centrifugar a amostra a 1600 rotações por minuto (rpm) por 10 minutos. Desprezar todo o sobrenadante;
  • Adicionar ao precipitado, 5 ml de meio de cultura tamponado (HTF Modificado- IrvineScientific®, suplementado com Serum Substitute Supplement -SSS);
  • Centrifugar a amostra a 1600 rotações por minuto (rpm) por 10 minutos;
  • Retirar o sobrenadante e ressuspender a amostra em 0,5 mL;
  • Fazer uma nova contagem, para avaliar concentração e motilidade final. A amostra é levada para uma incubadora de CO2 à 37 °C e está pronta para ser inseminada.

TÉCNICA DE PROCESSAMENTO SEMINAL POR GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO

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  • Migração ascedente (swim-up): Utiliza a mobilidade das células espermáticas como método de seleção. Os melhores espermatozoides se desprendem e nadam para a superfície.

Técnica:

  • Aspirar todo o volume seminal com uma pipeta de vidro estéril de 5 ml (Falcon®);
  • Depositar todo o volume no fundo de um tubo de ensaio de 15 ml (Falcon®);
  • Adicionar 5 ml de meio de cultura tamponado (HTF Modificado- IrvineScientific®, suplementado com Serum Substitute Supplement -SSS);
  • Centrifugar a amostra a 1600 rotações por minuto (rpm) por 10 minutos;
  • Retirar o sobrenadante, deixando 1 ml da amostra e manter o tubo inclinado por um período de 30 minutos na placa aquecedora.
  • Após o tempo decorrido, com uma pipeta de plástico Pasteur estéril de 3 ml, retirar o sobrenadante (contém espermatozoides com excelente motilidade) e colocá-lo em outro tubo de ensaio de 15 ml (Falcon®);
  • Fazer uma nova contagem, para avaliar concentração e motilidade final. A amostra final é levada a uma incubadora e está pronta para ser inseminada. Dependendo da concentração e motilidade da amostra, é possível realizar primeiramente a técnica de gradiente descontinuo de densidade e em seguida realizar a técnica de swim-up. A recuperação da amostra inicial na técnica de swim-up é de aproximadamente 20% dos espermatozoides móveis, por isso esta técnica não é indicada em casos de oligozoospermia ou astenozoospermia.

TÉCNICA DE PROCESSAMENTO SEMINAL POR SWIN-UP

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Lavagem seminal (sperm-wash):

  • Adicionar 5 ml do meio de cultura tamponado (HTF Modificado- IrvineScientific®, suplementado com Serum Substitute Supplement -SSS) ao volume total do sêmen;
  • Centrifugar a 1600 rotações por minuto (rpm) por 10 minutos para separar o plasma dos espermatozoides;
  • Retirar o sobrenadante, deixando 0,5 ml da amostra;
  • Fazer uma nova contagem, para avaliar concentração e motilidade final da amostra. Esta técnica é utilizada em casos de oligozoospermia severa

TÉCNICA: LAVAGEM SEMINAL (SPERM WASHING)

Realizado o processamento seminal, a amostra é ressuspendida em 0,5 ml e o cateter para inseminação carregado. O médico introduz o cateter pelo canal cervical e deposita a amostra seminal lentamente na cavidade uterina (Figura abaixo):

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Após o procedimento, a paciente permanece em repouso por 30 minutos, e, tendo alta, volta à vida normal, mantendo o ritmo das relações sexuais, incluindo no dia da inseminação.

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