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continuidade ao tratamento.

Espermograma

O espermograma é o exame realizado no laboratório para avaliar a qualidade do sêmen e investigar uma possível infertilidade masculina. Os parâmetros dessa qualidade são preconizados pela Organização Mundial da Saúde, os critérios foram atualizados no ano de 2010 para uma análise mais detalhada do espermograma.

O exame é coletado pelo próprio paciente por meio de masturbação, com um período recomendado de abstinência sexual é de 2 à 7 dias. A coleta do sêmen é realizada em uma sala confortável e privativa. No IPGO, oferecemos a possibilidade da coleta ser realizada na presença da parceira ou do parceiro, caso o paciente sinta-se mais confortável para o exame. É um exame simples, indolor e que não necessita de jejum. O paciente deve higienizar a região para evitar contaminações e ejacular no frasco de coleta fornecido pelo laboratório. Não é recomendado o uso de lubrificantes, para não haver interferência no resultado.

Algumas situações podem alterar o resultado do espermograma, como infecções virais (gripe), cigarro, drogas, medicamentos, exercícios físicos em excesso, contato com agentes químicos (Pesticidas), metais pesados (chumbo, cromo, Mercúrio, entre outros). Por isso é importante sinalizar no termo de autorização de manipulação da amostra, se houver alguma dessas situações.

O material é coletado e submetido a uma análise detalhada micro e macroscopicamente. O resultado do espermograma é liberado em 7 dias úteis com as informações referente a quantidade, motilidade e morfologia do sêmen.

Os fatores macroscópicos analisados no espermograma são: Volume, viscosidade, liquefação (Tempo necessário o sêmen tornar líquido), coloração e PH.

Os fatores microscópicos analisados no espermograma são: Motilidade total e progressiva, concentração, vitalidade, morfologia e é possível visualizar a presença de células redondas, caso haja, é realizado um teste para diferenciar células da espermatogênese ou leucócitos (Indicadores de infecções).

Valores normais do espermograma

Parâmetros do Sêmen, valores de referência e nomenclaturas:

  • Volume: ≥ 1,5 ml. Valores abaixo de 1,5 ml podem indicar uma obstrução do canal seminal, infecção ou insuficiência vesicular. Quando isso ocorre é chamado de hipospermia.
  • PH: ≥ 7,2. Valores abaixo de 7,2 podem indicar alguma obstrução dos canais seminais.
  • Cor: Branco opalescente. Se estiver amarelada pode indicar infecção, e um sêmen transparente indica baixa quantidade de espermatozoides.
  • Liquefação: ≤ 60 minutos. Tempo de liquefação alterado pode indicar disfunção na próstata.
  • Viscosidade: Normal, ou seja, o sêmen ao ser gotejado, forma filamentos de mais de 2 centímetros. Caso isso não ocorra pode ser sinal de uma inflamação na próstata ou disfunção nas vesículas seminais.
  • Concentração por ml: ≥ 15 milhões de espermatozoides. Concentração abaixo de 15 milhões é chamada de oligozoospermia.
  • Concentração total: ≥ 39,0 milhões no ejaculado.
  • Motilidade: 32% ou mais de espermatozóides móveis progressivos e 40% ou mais de espermatozoides móveis totais. Motilidade abaixo de 32% é chamada de Astenozoospermia.
  • Morfologia (critérios estabelecidos por Kruger, chamados de morfologia estrita): ≥ 4% de ovais normais. Morfologia abaixo de 4% é chamada de Teratozoospermia.
  • Vitalidade: ≥ 58% de espermatozoides vivos. Abaixo de 58% de espermatozoides vivos são chamados de Necrozoospermia.
  • Concentração de células redondas: ≤ 1,0×106/ml. Células indiferenciadas presentes na amostra e, em geral, representam as células da espermatogênese.
  • Concentração de leucócitos: ≤ 1,0×106/ml Concentração de leucócitos por ml na amostra acima desse valor é chamado de Leucocitospermia.

Azoospermia: Ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado.

Criptozoospermia: Após centrifugação de todo volume ejaculado, são encontrados raros espermatozoides.

Normozoospermia: Paciente sem nenhuma alteração nos parâmetros acima.

Existem tratamentos que podem melhorar a qualidade do espermograma. Algumas medicações podem ajudar. Como por exemplo, o letrozol, citrato de clomifeno, antioxidantes e complexos vitamínicos. É importante que o médico análise o resultado, juntamente com análises do caso completo para um melhor diagnóstico e tratamento.

Exames Complementares:

  • Processamento Seminal/Capacitação Espermática: é uma complementação do espermograma, separando os melhores espermatozóides móveis da amostra. Quando o processamento é realizado no dia da inseminação ou fertilização “in vitro”, ele é denominado processamento terapêutico, porque os espermatozoides selecionados serão utilizados no tratamento. Por outro lado, quando este é realizado durante a fase de investigação do casal, ou seja, na fase de exames de laboratório, denominamos processamento diagnóstico. Neste caso, o exame serve para determinar qual o número de espermatozoides considerados de boa qualidade, que foram recuperados após o processamento, ajudando a definir o tipo de tratamento, se FIV clássica, ICSI ou até inseminação.
  • Fragmentação do DNA Espermático: Embora um espermograma completo possa demonstrar normalidade na concentração, motilidade e morfologia, em muitos casos, os resultados obtidos, mesmo que normais, podem ser insuficientes para concluir a saúde reprodutiva total do homem. O exame de fragmentação do DNA espermático avalia a porcentagem de fragmentação do DNA do espermatozoide na amostra total, se esta porcentagem estiver elevada haverá uma menor possibilidade de gravidez e uma chance maior de abortamento. As principais causas para o aumento da fragmentação do DNA são: Obesidade, varicocele, homens expostos a agentes tóxicos, febre alta, estresse, cigarro, álcool etc.

Em casos de fragmentação aumentada, podemos utilizar no laboratório uma técnica chamada PICSI (que é uma seleção dos espermatozoides com menor taxa de fragmentação para a fertilização in vitro).

  • PICSI: os espermatozoides são colocados em uma placa laboratorial, contendo a substância hialuronidase a qual é semelhante ao encontrado na camada externa dos óvulos. Essa substância atrai os espermatozoides menos fragmentados, os quais serão isolados e encaminhados para a fertilização.
  • Teste de Aneuploidias do Sêmen (TAS): É um teste que permite avaliar a presença de um número anormal de cromossomos no sêmen. São avaliados os cromossomos 13,18, 21, X e Y, esses são os cromossomos mais envolvidos em abortos espontâneos. O teste TAS permite a identificação de homens com baixas chances de sucesso reprodutivo, ou seja, menor taxa de gravidez, maior risco de aborto e de filhos com alterações cromossômicas.
  • Pesquisa de HPV no sêmen: O HPV pode ser encontrado no trato reprodutor masculino, no líquido seminal, urina e até na superfície do espermatozoide. Há uma forte associação do HPV com diminuição na motilidade do espermatozoide e um aumento na fragmentação de DNA. Com isso sabemos os efeitos negativos do vírus no sêmen.

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