Caui Homem | Os tratamentos
Caui Homem
Os médicos poderão encaminhar seus pacientes para
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continuidade ao tratamento.

Os tratamentos

Os tratamentos dos problemas relacionados à fertilidade do homem, de um modo geral, vão depender do diagnóstico e da repercussão que causam no espermograma. Muitas das causas podem ser tratadas com remédios ou cirurgias como o caso de infecções, problemas hormonais e varicocele, mas, na decisão clínica, em qualquer um destes casos, deverá ser levado em conta outros dados como o tempo de espera do tratamento para se obter o resultado desejado, as chances para que isto aconteça, a idade da mulher que poderá fazer diminuir sua fertilidade com o passar dos anos entre outras possibilidades. Todas elas deverão ser discutidas com o médico que acompanha o casal.

Outras vezes não é possível identificar a causa, isto é, o homem tem alterações importantes no espermograma que não têm um tratamento específico e por isto deverão ser utilizados os recursos de fertilização assistida como a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro.

Entretanto, é fundamental tentar manter ou buscar o peso ideal e os bons hábitos.

Afastar-se de cigarro, bebida alcoólica e drogas, além de tomar cuidado com medicamentos que podem interferir na fertilidade é obrigatório. Se todos estes itens estiverem sendo cumpridos, já será um grande passo para maximizar a fertilidade. O homem deve estar atento à alimentação e a atividades físicas.

Alimentação

A alta ingestão de gordura trans está associada à queda na fertilidade, tanto masculina quanto feminina, enquanto a ingestão de ômega 3 está relacionada à melhora. A gordura trans está presente em carne vermelha, leite e derivados, que devem ser evitados. O ômega 3 está presente em peixes, frutos do mar, amêndoas, nozes e óleos vegetais (como de canola, algodão, linhaça e oliva).

Vitaminas e suplementos nutricionais

Uma das causas da infertilidade é o “extresse oxidativo”, causado por vários fatores, entre eles os radicais livres, a poluição e o próprio estresse diário das pessoas. Frente a isso, vários produtos têm sido lançados no mercado com o objetivo de bloquear a ação deletéria da poluição do meio ambiente e hábitos de vida inadequados, mas nem todos têm mostrado resultados convincentes. No momento, ácido fólico, vitamina C e E são consenso de ter efeito benéfico. Estudos vêm mostrando resultados positivos ainda com reposição de vitamina D (se deficiência), coenzima Q10, picnogenol, selênio, carnitina, zinco e N-acetil-cisteína.

O IPGO recomenda de rotina para o casal infértil suplementação de vitamina C e E. No caso de fragmentação alterada ou outras alterações graves do espermograma, outros suplementos podem ser utilizados.

Quadro 1: Fontes de alimentos que melhoram a fertilidade do homem

FONTES DE ALIMENTOS RECOMENDÁVEIS
Vitamina E Óleo de germe de trigo, óleo de girassol, nozes, amendoim e brócolis.
Vitamina C Laranja, brócolis, couve e couve-flor.
Ácido fólico Nozes, soja, queijo, ovos, brócolis, espinafre, aspargos, vagem branca, leguminosas, ervilha, laranja, banana, morango, pão integral.
Zinco Cereais integrais, carne de peru escura, ostras, frutos do mar, germe de trigo, ovos, abóbora, avelãs e outras nozes, feijões, levedo de cerveja e cebola.
Selênio Fígado, frutos do mar, cereais integrais, alho, castanha do Pará e cogumelos.
Este mineral ajuda ainda a prevenir o câncer de próstata.
Vitamina D Peixes (salmão, sardinha, arenque fresco), gema de ovo e leite.
Recomenda-se principalmente exposição à luz solar em horários adequados do dia.

Exercícios físicos moderados

Tanto para o homem como para a mulher, os exercícios moderados são úteis e ajudam a aumentar a chance de concepção do casal. Aqueles que NÃO estão habituados a essa prática, devem iniciar lentamente, supervisionados por profissionais especializados, aumentando progressivamente a carga e as atividades, e de acordo com o permitido pelo organismo. Exageros não são bem-vindos! As atividades mais aconselháveis para os iniciantes são: caminhada, natação e ioga. São de baixo impacto tanto para a musculatura como para as articulações e devem com o tempo alcançar uma freqüência de três a quatro vezes por semana, durante 30 minutos por vez. Correr mais que 16 quilômetros por semana é exagero e pode ser prejudicial.

Medicamentos Hormonais

Os medicamentos hormonais para melhorar a fertilidade só devem ser tomados em casos especiais após confirmação laboratorial da insuficiência de algum hormônio, e só um especialista poderá prescrevê-los.

Tratamentos em casos difíceis

A maioria dos casos de alteração seminal pode ser resolvida com a FIV, associada à ICSI (Intracytoplasmatic Sperm Injection – Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide). Com essa, são necessárias quantidades mínimas de espermatozóides. Entretanto, nos casos de azoospermia, podem ser necessárias técnicas mais avançadas para recuperação dos espermatozóides.

Recuperação dos espermatozoides diretamente dos testículos ou epidídimo

Em alguns casos, a quantidade ou qualidade dos espermatozoides são tão inadequadas que é impossível realizar um tratamento usando a coleta obtida pela ejaculação. Nesses casos, os espermatozóides são recuperados diretamente do testículo (ou do epidídimo) e, através de ICSI, os óvulos são fertilizados. As principais técnicas são:

PESA (Aspiração Percutânea de Espermatozoides do Epidídimo):

Aspira-se uma pequena quantidade de sêmen do epidídimo, e os espermatozoides recuperados são utilizados para fertilização por ICSI.

Figura 1: PESA (Aspiração percutânea de espermatozoides do epidídimo)

Espermograma 6

TESA (Aspiração de Espermatozoides do Testículo):

É uma técnica similar, na qual os espermatozoides são retirados por uma minúscula biópsia de tecido testicular. Depois, são recuperados e, a exemplo da técnica anterior, são utilizados para fertilização por ICSI.

MicroTESE (Microdissecção testicular):

É uma microcirurgia que possibilita a retirada dos espermatozoides diretamente dos ductos seminíferos, que é o local onde eles estão em maior concentração. Essa técnica é utilizada em homens que não eliminam espermatozoides pela ejaculação, mas fabricam em pequena quantidade.

Os resultados de PESA, TESA e microTESE têm sido bastante encorajadores, sugerindo que os homens que, por motivos diversos (inclusive vasectomia) são incapazes de ejacular ou produzir esperma, são agora capazes, por estas técnicas, de suprir os espermatozoides para fertilização dos óvulos de sua esposa. A mulher, evidentemente, deve seguir os procedimentos rotineiros de superovulação e coleta de óvulos.

Sêmen do doador (Banco de Esperma)

Em algumas situações especiais de infertilidade masculina grave, a única opção é a utilização de esperma de doador, guardado em um banco de esperma de idoneidade indiscutível. São casos de falta total de esperma (azoospermia), sem espermatozoides mesmo por microTESE, doenças hereditárias transmissíveis e tratamentos de quimioterapia. Mulheres solteiras e casais homoafetivos femininos, que desejam ter filhos, dentro dos princípios éticos, podem também se beneficiar desse recurso. Os doadores são selecionados segundo critérios rigorosos: idade entre 18 e 45 anos, integridade física e mental comprovada, fertilidade reconhecida, sempre anônimos e de acordo com as características físicas e intelectuais que estejam em harmonia com o interesse do casal. Muitas vezes, há dificuldade de se encontrar um doador com características compatíveis com o casal, e por isso pode ser necessário recorrer a bancos de sêmen internacionais, que disponibilizam um número maior de doadores.

Utilizando sêmen doado, pode-se optar por inseminação intrauterina ou FIV, de acordo com as condições da mulher.

"Mix" de espermatozoides

"Mix" em inglês significa mistura. Esta técnica é utilizada em casos especiais e com o consentimento do casal quando o homem tem uma quantidade e qualidade dos espermatozoides muito abaixo do ideal, a ponto de impedir a gravidez, mesmo quando forem utilizadas as técnicas avançadas de Reprodução Assistida. São situações em que o homem tem dificuldade em aceitar o Banco de Sêmen e esta pode ser uma solução psicologicamente confortável. O sêmen do futuro pai é misturado com o sêmen do doador ( Banco de Sêmen ) fazendo um 'MIX "e os óvulos fertilizados com este produto final. A origem genética do bebê só será conhecida se houver interesse de um dos membros do casal. É obrigatória a assinatura do consentimento informado pelo casal para que não haja dúvidas no futuro.

Quadro explicativo dos tipos de tratamento de acordo com o diagnóstico

Espermograma

Legendas: IIU - Inseminação Intrauterina; FIV - Fertilização in vitro; ICSI - Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide; PESA - Aspiração Percutânea de Espermatozoides do Epidídimo; TESA - Aspiração de Espermatozoides do Testículo; e microTESE - Microdissecção Testicular.

DPI - PGD (Pré–Implantation Genetic Diagnosis)

PGD (Pré-Implantation Genetic Diagnosis), que pode ser traduzido como DPI (Diagnóstico Pré-Implantacional), é um exame que pode ser feito no processo de FIV – Fertilização in vitro, com o objetivo de diagnosticar nos embriões a existência de alguma doença cromossômica, antes da implantação no útero da mãe.

NGS (Next-Generation Sequencing) e o (a-CGH - microarray-Comparative Genomic Hybridization) são técnicas para o Diagnóstico Pré-Implantacional (PGD) que estudam os 24 cromossomos do corpo humano (22 pares de cromossomos autossomos denominados com números de 1 a 22 e mais dois sexuais X e Y). Estas técnicas são capazes de identificar todas as anomalias cromossômicas chamadas aneuploidias, que são alterações no número de cromossomos, sendo perdas ou ganhos, causados por erros na divisão celular. Os embriões gerados com cromossomos a mais ou a menos não conseguem se desenvolver normalmente, e são a principal causa de falhas reprodutivas. Entres as aneuploidias mais conhecidas estão as Síndromes de Down, Patau, Edwards, Klinenfeter e Turner. As técnicas NGS ou a-CGH, também chamadas de PGD-24, são capazes de detectar alterações envolvendo todos os 24 cromossomos e são realizados em uma fase adiantada de evolução embrionária, o blastocisto, no 5º dia após a fecundação (120 horas), o que permite a avaliação de um número maior de células (de 6 a 10) e, consequentemente, obter um resultado mais preciso. A retirada das células embrionárias é realizada empregando o uso de um laser que faz uma pequena abertura na região externa do blastocisto, chamada de trofectoderma (que dará origem à placenta). Por esta abertura, se exteriorizam algumas células que são aspiradas delicadamente e encaminhadas ao laboratório de genética.

NGS (Next-Generation Sequencing)

O NGS é uma tecnologia para o Diagnóstico Pré-Implantacional (PGD ou DPI) que estuda o genoma em larga escala: lê grandes fragmentos de DNA selecionados para conformar um painel genético que dará respostas sobre grupos de doenças ou condições genéticas em sistemas orgânicos, checando anormalidades no número de cromossomos (estruturas que guardam os genes), identificando partes que faltam ou sobram. A grande diferença do NGS para o Microarray (aCGH), está na ‘montagem’ do próprio chip de análise. O Microarray é uma matriz (chip) genética pronta, um gabarito de comparação que se compra pronto. Já com o NGS, é possível montar o próprio chip, selecionando os fragmentos de DNA desejados, e então fazer o sequenciamento. Isso dá uma menor chance de erro diagnóstico.

Vantagens do NGS:

  • Alta resolução – 3 milhões de dados analisados por amostra
  • Sensibilidade de 100%1
  • Especificidade de 99,98%
  • Amplamente validado
  • Software de análise melhor que CGH
  • Redução das taxas de resultados inconclusivos
  • Melhor detecção em casos de translocação
  • Menor chance de erro diagnóstico (falso positivo e falso negativo)

Saiba mais em: www.ipgo.com.br

Importante

Existe o risco de, ao aguardar até o estágio de blastocisto, não ter embriões para serem transferidos. Isso é frustrante, mas é importante que saibam que tal fato, provavelmente, é apenas uma antecipação de um resultado negativo de gravidez. Outro fator é que estes exames não distinguem células normais diploides (células com dois conjuntos de cromossomos – normais do nosso organismo) de haploides (células com apenas um conjunto de cromossomos), tri ou tetraploides (células com três ou quatro conjuntos de cromossomos). Essas são alterações muito raras, e os embriões provenientes delas não evoluem.

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